sexta-feira, 8 de agosto de 2014

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A vida é mais fácil na tua casa.
A música toca,
o vinho pega,
nada estraga.

Se quiser,
a noite não acaba.
Aqui,
onde nada é tudo
e tudo é nada.

Muito é vermelho
e se é vermelha, mata.

Das histórias, dou risada.
Meu cigarro queima, mas não acaba
e os problemas, a gente apaga.
A vida, 
é tão mais fácil na tua casa.

GC

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Nem mesmo

Não são os rumores,
hipocrisia, amores,
ou até mesmo as dores.

O que falta,
não são as cores e risadas;
O problema,
não é a água em si, parada;
E nem mesmo,
os buracos da estrada.

Nem todas as frutas tem sabores,
nem todo arco-íris tem cores
e não é de todo espinho,
que surgem flores.

O que foi perdido, 
ou apenas esquecido, são valores.
Ou será eu, novamente de mau humor, 
reclamando horrores ?

Sentado, chato, parado, 
com cara de porta, estressado, 
decepcionado com o outro lado,
acendendo mais um cigarro,
emburrado, pensando:
Estou certo, errado,
ou será apenas meu estado ?

GC

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O velho chinelo abandonado responde


A térmica agora só enche com meu café e só se usa a cuia quando tem visita.
Na sacada não tem ninguém e no armário algumas coisas ainda estão lá.

O problema não é ficar sem tudo aquilo que já passou, mas sim, do que nem chegou a acontecer.
As fotos pela casa, a música que toca, a camisa aberta e as águas que correm sempre fazem pensar.
Peço um abraço, penso, escrevo ou choro ?
Saio, encontro amigos, rio, bebo e fumo todos os meus cigarros.
Faço e vejo que refaço traços e passos teus.
Percebo que aqui, há mais de ti do que se pensa.

Desde aquele dia não sei o que fazer em dias dos pais.
Te tenho aonde for e te mantenho vivo em meus textos,
mas a velha cadeira de balanço
...ela não balança mais.


GC

terça-feira, 1 de julho de 2014

Num estalar de dedos


Sonho seria, pegar a garrafa dos meus sonhos e derramar pelas avenidas e ruas estreitas da vida. Garrafa qual não existe quantia exata. Pode ser pequena ou grande, estar transbordando ou até mesmo vazia; Às vezes a gente nem sabe se tem alguma coisa lá dentro, às vezes, o que resta é apenas uma gota de um gosto já esquecido. De efeitos inimagináveis. Pode te deixar sóbrio ou te levar a loucura que é viver um sonho. Num instante.

GC

sexta-feira, 27 de junho de 2014



Meus motivos são pessoais,
minhas certezas sempre incertas.
No passo o descompasso,
na canção faltou afinação.
Para o voo, faltou as asas,
na noite, restaram as casas.

A estrada que clama a ida,
tem consigo,
história e vida,
entradas e saídas.
No oceano, sobraram as ondas.
No circo, sobrou a lona.
Aqui, o que faltou,
foram ideias minhas.
Faltou o que não sabia,
sobrou do pouco que tinha.
O problema, nesse poema
é que pra mim sobraram linhas.

GC

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Algumas vezes apenas


Um álbum,
Duas canecas,
Chuva,
Eu, o cachorro
E a cabeça cheia de nove horas.
Dar adeus
É matar dentro de si,
Algo ou alguém
Que ainda palpita.
É o ex fumante que pita,
O mudo que grita;
É quase apagar a escrita.
O medo da última cena.
É como fumar o último cigarro;
As vezes dá pena,
As vezes dá um poema.

GC

terça-feira, 6 de maio de 2014

Se falar

 
     Quando lembrar de mim, quando comentar, reclamar, falar sobre a minha pessoa, não diga a verdade. Diga que me viu por ai, que eu andava bem, cercado de amigos. Diga que comprei um instrumento novo e encomendei um chapéu. Conta que eu fiz mais umas tatuagens e que já estou com planos para outras. Conta que eu mudei novamente de banda. Não diga que me viu por ai, andando de cabeça baixa. Fala sobre como eu ando ficando mais sozinho em casa, mas não conte que agora quase ninguém vem aqui. Diga que estou mais calmo e que só tomei vinho desde que chegou o frio. Fala que eu estou mais sincero, mas não fala que meu mau humor agora não é só quando acordo. Conta que eu ganhei um celular novo, que meu pé tá machucado faz um mês e que eu achei o óculos que tinha perdido ano passado. Pode falar que eu praticamente ando com um amigo só, mas não conta que ele tá mesma que eu. Fala que me viu por aí, sorriso estampado, cheio de planos, e conta que eu voltei a escrever. Só me faz um favor, não diga toda a verdade, ela anda machucando ultimamente. 


GC