sexta-feira, 27 de junho de 2014



Meus motivos são pessoais,
minhas certezas sempre incertas.
No passo o descompasso,
na canção faltou afinação.
Para o voo, faltou as asas,
na noite, restaram as casas.

A estrada que clama a ida,
tem consigo,
história e vida,
entradas e saídas.
No oceano, sobraram as ondas.
No circo, sobrou a lona.
Aqui, o que faltou,
foram ideias minhas.
Faltou o que não sabia,
sobrou do pouco que tinha.
O problema, nesse poema
é que pra mim sobraram linhas.

GC

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Algumas vezes apenas


Um álbum,
Duas canecas,
Chuva,
Eu, o cachorro
E a cabeça cheia de nove horas.
Dar adeus
É matar dentro de si,
Algo ou alguém
Que ainda palpita.
É o ex fumante que pita,
O mudo que grita;
É quase apagar a escrita.
O medo da última cena.
É como fumar o último cigarro;
As vezes dá pena,
As vezes dá um poema.

GC